sábado, 11 de fevereiro de 2017

Massa e Barrichello os injustiçados Parte I

Fala pessoal depois um período de descanso volto a postar aqui no meu blog e meu primeiro post vai falar sobre dois pilotos que embora brasileiros não são unanimidade entre os que acompanham a Fórmula 1 (por ficar muito extenso dividi em duas partes)



Felipe Massa um piloto de talento, mas azarado



Rubens Barrichello você pode amá-lo ou possuir um ódio mortal, mas jamais você ficará indiferente a ele (a maior vítima da caçada brasileira na F1 pós-Senna)


Depois da morte do inigualável Ayrton Senna no fatídico GP de San Marino no Autódromo Enzo e Dino Ferrari em 1º de Maio de 1994 a torcida brasileira ficou órfã de um ídolo na categoria mais importante do automobilismo mundial e então começou uma caça (que eu acho completamente utópico, pois não vai existir outro Ayrton Senna) para ver qual brasileiro voltaria a vencer corridas e o campeonato mundial da categoria 
Ayrton Senna mais que um piloto, um verdadeiro MITO, mas responsável por mal acostumar a torcida brasileira



Vamos começar pela primeira vítima da torcida brasileira lá vai sua ficha completa:

Nome Completo: Rubens Gonçalves Barrichello 

Apelido: Rubinho já que seu pai também se chama Rubens

Data de Nascimento: 23/05/1972 (nasceu no dia do aniversário de seu pai o que lhe seria de grande valia quando começou a correr na Europa)

Na Fórmula 1: 19 anos (1993-2011) 

Equipes que correu: Jordan Grand Prix (1993-1996), Stewart Grand Prix (1997-1999), Scuderia Ferrari (2000-2005), Honda Racing F1 Team (2006-2008), Brawn GP (2009) e WilliamsF1 (2010-2011) 

Vitórias na categoria: 11 

1-GP da Alemanha de 2000 (Hochkenheim)

2-GP da Europa de 2002 (Nurburgring)

3-GP da Hungria de 2002 (Hungaroring)

4-GP da Itália de 2002 (Monza) 

5-GP dos Estados Unidos de 2002 (Indianapolis)

6-GP da Inglaterra de 2003 (Silverstone)

7-GP do Japão de 2003 (Suzuka) 

8-GP da Itália de 2004 (Monza)

9-GP da China de 2004 (Shangai)

10-GP da Europa de 2009 (Circuito de rua de Valência) (a 100ª vitória brasileira na Fórmula 1)

11-GP da Itália de 2009 (a última vitória brasileira na Fórmula 1 até o momento)

Barrichello começou como a maioria dos pilotos no Kart (foi pentacampeão brasileiro e sendo na sua época o piloto a ser batido) logo ele foi para a Europa e lá venceu o campeonato inglês de Fórmula 3 ao vencer David Coulthard (sob olhares furibundos dos ingleses) depois seguiu para a Fórmula 3000 (última etapa antes da F1 e substituída hoje pela GP2) 

Podia não ser o carro mais vistoso, mas Rubinho soube tirar muito bem o que o carro podia dar 


Logo na sua terceira corrida na Fórmula 1 no Circuito de Donington Park assombrou a todos saindo de 12º lugar na largada e indo ao 4º ainda na primeira volta da corrida (ao passo que Ayrton Senna nessa prova saiu de 4º para a liderança e posterior vitória no que é até hoje considerado a volta perfeita) teria tudo para chegar em 3º e fazer companhia ao amigo e ídolo Ayrton no pódio só que a bomba de combustível o traiu a seis voltas do final e ele ficou a pé, mas deixou claro que ali tinha um piloto com um enorme potencial pela frente ainda naquele campeonato no GP do Japão somaria dois pontos (seus primeiros na categoria) com o seu 5º lugar terminado o campeonato em 18º lugar

Em 1994 logo na segunda corrida do campeonato no Circuito Internacional de Aída no GP do Pacífico conseguiu o seu primeiro pódio com terceiro lugar , mas veio o GP de San Marino que mudaria para sempre a vida de Rubinho categoria 


Na Sexta Rubinho e no Domingo Ayrton um por seis minutos esteve morto por seis minutos (sufocado pela própria língua) o outro faleceu quase que instantaneamente 

Na época a Fórmula tinha dois treinos oficiais um de sexta (que a parte da manhã era destinada a pré qualificação na qual carros mais lentos ficavam de fora para não funcionarem como uma espécie de zebras ambulantes) e o de sábado que servia para de fato definir as posições no grid na sexta pela manhã Rubens na sua volta rápida perdeu o controle na Variante Baixa (Variante Bassa) e a zebra serviu de rampa para que ele voasse na proteção de pneus com muita violência muitos se assustaram, pois a batida foi bem feia ele foi levado ao ambulatório, mas foi um grande susto apesar do impacto forte ele foi impedido pela equipe médica de correr no Domingo e de casa na Inglaterra viu seu ídolo e amigo perder a vida restou a ele duas coisas: carregar o caixão de Senna (Barrichello em entrevista a Téo José diz não se recordar por ter tido amnesia temporária por conta do seu acidente) e as esperanças brasileiras de ver um piloto brasuca voltar ao alto do pódio na Fórmula 1


Mas as coisas não caminhavam como deveria para Rubinho ele ainda em 94 seria pole na Bélgica fazendo o tempo antes de cair uma tempestade e ver do box as frustradas tentativas dos rivais de bater seu tempo (seria a primeira da sua carreira) e terminaria aquela temporada na 6ª posição do campeonato com 19 pontos

No ano de 1995 a Jordan faz mudanças uma delas é a troca dos motores Hart para os Peugeot que ao ver sua rival Renault fazer sucesso na categoria resolve entrar na dança, mas enquanto a Renault fazia a festa na frente vendo Benetton e Williams vencerem corridas a Jordan se bate com um carro inferior e o único alento é o GP do Canadá quando acontece muitas surpresas (Hill tendo problemas e parando, Schumacher liderando com folga quase abandonado com problemas) no fim quem fez a festa foi a Ferrari ao ver Jean Alesi (minha inspiração como já disse em outro post) vencer a corrida (sua única vitória na F1) e Rubinho conseguindo até então seu melhor resultado na Fórmula 1, um 2º lugar á frente de seu companheiro Eddie Irvine que fechou o pódio 

Quem poderia prever esse pódio?!? talvez ninguém, mas Barrichello marcou sua presença e vejam a felicidade de um extasiado Alesi 


Depois dessa corrida o máximo que Rubinho conseguiu foi um 4º no GP da Europa encerrando o ano numa pálida 11ª posição com 11 pontos  e é nesse ano que as cobranças vem fortes primeiro por no GP do Brasil em Interlagos (prova de abertura) ele fazer uma homenagem a Senna com um capacete estilizado (anos depois ele reconheceu que aquilo foi um erro) e também por especular nas entrevistas sobre suas chances nas corridas (que nem sempre se concretizavam pelo fato do carro ser muito ruim) 

Chegou 1996 e ele seguiu na Jordan novamente no GP do Brasil ele levanta a galera quando no treino alinha em 2º lugar o que era um grande feito com um carro melhor que no ano anterior, mas ainda limitado, mas na corrida as coisas não andam como o planejado ele parte para uma estratégia bem agressiva (aproveitando a chuva que caiu em parte da corrida em especial no começo) quando por duas vezes tenta ultrapassar Jean Alesi (que trocara a Ferrari pela Benetton), mas ser agressivo logo com ele Jean Alesi não ia dar certo e não deu mesmo nas duas Alesi mais tarimbado leva vantagem, mas o pior estava por vir quando já na parte final da corrida ele estava em 4º tenta beliscar um pódio para isso tinha que ultrapassar ninguém mais ninguém menos que Michael Schumacher que naquela temporada estreava na Ferrari e ele arrisca tudo e perde tudo quando atrasa a freada na subida do lago acaba indo pra terra e a prova termina ali e começava o festival de críticas (com Nelson Piquet puxando o coro) naquele campeonato ele soma 14 pontos e termina numa razoável 8ª posição e assim termina seu ciclo na Jordan ele recebe uma proposta de Jackie Stewart para pilotar na sua equipe e ele aceita 

Em 1997 com um carro em desenvolvimento ele consegue resultados até expressivos para uma equipe do porte da sua  (estão incluídos uma largada em 4º na Argentina e uma 3ª posição de largada no Canadá), mas é em Mônaco que ele consegue naquele ano o seu melhor resultado debaixo de muita chuva (a corrida termina com 62 voltas das 78 previstas pois passaria do limite de duas horas de prova) ele consegue um segundo lugar completamente inesperado ali ele marcava seu ressurgimento depois de anos sofrendo com carros limitados ele fez uma corrida de gente grande só não dava pra vencer pois seu carro empalidecia diante da Ferrari de Schumy, mas apesar de ter feito boas corridas em Mônaco é a única vez que ele pontua no ano terminando assim em 13º lugar com os seis pontos daquele 2º lugar de Mônaco 

Parecia até que ele tinha vencido a corrida

O ano de 1998 em contra partida é um ano pra ele riscar do calendário um carro horrível somando apenas 4 pontos (2 na Espanha e outros 2 no Canadá) ele termina numa distante 12ª posição no campeonato apesar disso ele volta ao radar das grandes equipes e muitos davam como questão de tempo ele estar finalmente numa equipe de ponta 

Em 1999 tudo mudou e para melhor a Stewart fez um carro ótimo e ele fez corridas memoráveis como no Brasil quando por 22 voltas sentiu o gostinho de andar na frente (a corrida acabaria quando seu motor abriu o bico) ele conseguiu três pódios com três terceiros lugares em San Marino (pista em que ele quase perdeu a vida, França em que ele fez a sua segunda pole na carreira e deu um show a parte na chuva com direito a X em cima de Schumacher numa Ferrari depois Rubens declararia que jamais esteve tão perto de vencer uma corrida e na Europa) ele terminou aquele campeonato numa excelente 7ª posição com exatos 21 pontos e finalmente tem seu talento reconhecido naquele ano fecha com a Ferrari para a temporada seguinte finalmente havia chegado a hora de ele poder vencer na Fórmula 1 ou ficar mais próximo desse objetivo que o norteava desde que chegou)

Em 2000 chegou a hora de Barrichello mostrar o seu talento em um carro que era só sentar e dirigir e eis que o dia que ele mais esperava chegou

O choro de um piloto que enfim alcançou o objetivo de uma vida 


Hochenheinring, Alemanha, Domingo 30/07/2000 um domingo cinzento com cara de chuva Rubens acordou naquele dia ainda remoendo a 18ª posição na largada quando a corrida começa Schumacher e Giancarlo Fisichella se estrepam na primeira curva e abandonam a prova lá trás Rubinho passa Frentzen e assume a 17ª posição depois Button, logo em seguida Mika Salo depois Ralf Schumacher (irmão de Michael) e na volta 3 era o 10º na 5 o 8º e seguia fazendo a sua corrida na volta 7 ele já era o 6º (fechando a zona de pontuação) e continuou a sua saga e aí a corrida ganhou contornos pitorescos e emocionantes na volta 25 (total de 45) um funcionário da fábrica da Mercedes-Benz na cidade francesa de Le Mans  que havia sido demitido por problemas de saúde entra na pista para protestar contra sua demissão   carregando um cartaz em suas costas os comissários levam três voltas para pegar o maluco (porque outro nome não posso dar a uma pessoa que fora do seu juízo perfeito resolve entrar no meio de uma pista de corrida correndo riscos elevadíssimos de ser atropelado por um carro a mais de 300 Km/h e morrer) (tempo que o Safety Car entrou na pista) e na volta 30 ele voltou porque Alesi e Pedro Paulo Diniz bateram na curva 1 (a Curva Norte Nord Kurve em alemão) espalhando destroços em lugares perigosos na volta 33 finalmente ela chega a chuva os pilotos vão parando, mas Barrichello toma uma decisão que envolvia todo o tipo de risco ficar na pista com pneus para tempo seco e ele prova estar certo até que finalmente ao fim da volta 45 (a última ele vai para perto da sua equipe e vê a bandeira quadriculada balançar a sua frente simbolizando o fim da corrida e a sua primeira vitória na Fórmula 1 quebrando um jejum de 7 anos sem que o Brasil vencesse uma corrida de Fórmula 1) ( a última fora com Ayrton Senna no GP da Austrália em 1993) ele depois diria em sua página na internet que na última volta um filme passou pela sua cabeça desde quando ele estava no kart passando por todas as dificuldades que encontrou na sua carreira e aquilo o fez desabar em lágrimas, mas eram lágrimas de felicidade lágrimas de quem enfim conseguia provar que podia ser um vencedor e essa comoção segui-se até o pódio (com direito a uma festa maior do que habitual por parte da Ferrari) naquele ano ele terminaria com 62 pontos em um magnífico 4º lugar


Em 2001 passou em branco e uma pequena polêmica no GP da Áustria quando estava em 2º e cedeu lugar a Schumacher que vinha atrás em plena reta de chegada apesar disso lutou até a última corrida para ser o vice-campeão, mas perdeu para seu rival na Fórmula 3 Inglesa David Coulthard na última corrida em Suzuka no Japão quando terminou em 5º e Coulthard em 3º

Mas foi em 2002 que  Barrichello passou por sua maior provação na Fórmula 1 e o GP da Áustria marcou-o para sempre pelo lado negativo

Um gesto que será eternamente lembrado pela falta de esportividade


Barrichello liderou a prova quase todo o tempo quando chegou na reta para receber sua bandeirada e vencer a sua segunda corrida na Fórmula 1 uma ordem da Ferrari o fez dar passagem a Schumacher que vinha atrás e venceu a corrida a torcida que marcou presença repudiou a atitude e na hora do pódio soltou uma grandiloquente vaia para a Ferrari (que teve sua imagem arranhada por essa atitude e assim fazendo surgir um anti-ferrarismo bem forte) para Rubinho sobrou a fama de piloto covarde (embora ele em inúmeras entrevistas sobre o assunto ele sempre tenha dito que tenha chegado até a penúltima curva decidido a não dar passagem só mudando de ideia quando a equipe tocou na questão do contrato), mas nesse ano ele venceu corridas mais do que em qualquer ano e foram essas o GP da Europa, o GP da Hungria, o GP da Itália e o GP dos Estados Unidos quando ocorreu o inverso e ele terminou com o vice-campeonato que havia escapado no ano anterior 

Gentileza gera Gentileza


Em 2003 Rubinho teve um mau início de ano com uma série de abandonos, mas teve alegrias como ganhar em Silverstone após fazer a pole e no Japão em Suzuka quando ajudou Schumacher a ser hexacampeão mundial superando Juan Manuel Fangio que tinha cinco titúlos


Em 2004 aconteceu um fato curioso ele apesar de terminar com o vice-campeonato somou pontos que em anos anteriores o fariam ser campeão mundial com folga e se tornou o segundo piloto que mais somou pontos em uma temporada de Fórmula 1

Em 2005 uma temporada de resultados abaixo do esperado com uma Ferrari que se mostrou incrivelmente ruim fizeram Rubinho enfim deixar a equipe italiana em busca de novos ares e ele assinou com a BAR que viraria Honda no ano seguinte


Em 2006 fez sua temporada de adaptação na nova equipe terminado o campeonato com 30 pontos na razoável 7ª  posição 

Em 2007 com um carro sofrível pouco pôde fazer para não evitar a sua pior temporada na Fórmula 1 (que felizmente não mais se repetiu) se em 2004 ele foi o segundo maior pontuador em uma temporada em 2007 simplesmente não somou um mísero pontinho que fosse 

Em 2008 com um carro bem melhor do que no ano anterior conseguiu um surpreendente 3º lugar no chuvoso GP da Inglaterra em Silverstone e nesse mesmo ano conseguiu bater um recorde: o piloto com mais corridas feitas na história da Fórmula 1 superando Riccardo Patrese no fim do ano a Honda encerra suas atividades por conta da crise mundial e parecia ser o fim da linha para Rubinho, mas eis que surge Ross Brawn que era diretor da Honda compra a equipe e a transforma em Brawn GP e contrata Rubinho e Button para 2009

Em 2009 um começo não muito bom para Rubens, mas na metade da temporada a maré muda mas no GP da Hungria surge um "incidente" entre Barrichello e Massa no treino classificatório uma mola se solta do carro de Rubens que acerta Felipe que perde os sentidos e bate o carro, mas Massa depois se recupera trataremos sobre isso na parte II quando falarmos de Felipe Massa

Voltando a Rubens ele consegue uma importante vitória no GP da Europa por dois motivos 1-Ele começa a ter chance reais de vencer o campeonato mundial mesmo com desvantagem numérica 2-É a 100ª vitória brasileira na história da F-1  ele ainda venceria o GP da Itália (que por enquanto é a última vitória brasileira na categoria), mas fica sem o titulo após fazer a pole no GP do Brasil e ter problemas com um pneu furado e no GP de Abu Dhabi fica sem o vice ficando em 3º lugar no campeonato no ano seguinte segue para a Williams um sonho antigo que finalmente se concretiza

Na equipe inglesa ele fica duas temporadas (2010 e 2011 com resultados modestos já que sua equipe não possuía um equipamento a ponto de brigar por vitórias) em 2012 sem conseguir vaga em nenhuma equipe ele encerra sua história na Fórmula após 20 anos, 323 Corridas, 11 vitórias, 68 Pódios e 14 Poles 

Na segunda parte vamos tratar de Felipe Massa até a próxima pessoal 

Um comentário:

  1. Talentos e oportunidades a parte, essa é uma das características da mídia de consumo.... criar MITOS, heróis e também "bandidos" e vilões.... tudo para movimentar uma masa de manobra gerando consumo. Sem consumo os anunciantes deixam de fazer campanhas e anúncios na própria mídia. Isso não ocorre só nos esportes. veja a política, saúde, religião, segurança pública, entretenimento, brinquedos, comportamento, valores pessoais e culturais, etc... É só prestar a atenção. Estou sendo bastante simplista num assunto altamente complexo. Abraços.

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